A Cerveja da Morte: Cobeer Taste Halloween Tavern
A Taberna Assombrada de Cobeer Taste
Ricardo e Rafael já não eram homens vivos. 👻, Há anos, tinham morrido sob circunstâncias misteriosas na velha taberna de Cobeer Taste, mas havia algo nos rituais de cerveja artesanal, ou talvez nos seus próprios pecados que ainda os mantinha preso ali, como sombras, espectros vagando num limbo entre o nosso mundo e um plano sombrio. Na noite de Halloween, o seu espírito era mais forte, livre dos limites invisíveis que os confinavam ao pequeno canto na cave da taberna, onde tinham bebido pela última vez. 🎃🍻
A Cobeer Taste Tavern não era apenas um bar qualquer. Num beco recôndito de uma aldeia esquecida pelo tempo, a taberna estava rodeada por lendas. Desde o tempo dos seus avós, os habitantes contavam histórias assustadoras sobre as noites sem lua, quando o vento uivava através das rachaduras nas paredes e um aroma intenso de lúpulo, queimado e ácido, parecia flutuar das profundezas da cave. Certa vez, alguém teve a audácia de investigar e relatou que o mestre cervejeiro de antigamente, Mórbido Lupulo, nunca fora realmente embora.
Naquela noite, Ricardo e Rafael vagueavam pela vazia taberna, alimentados pela presença dos vivos que tinham estado lá mais cedo a beber e a rir, alheios às histórias e avisos. 👻, Os copos ainda estavam espalhados pelas mesas de madeira tosca, alguns tombados, com a cerveja escorrendo lentamente para o chão, enquanto sombras dançavam na escuridão. A verdade era que a dupla de fantasmas, que em vida fora inseparável, agora era um par amaldiçoado, condenado a repetir aquela noite fatídica para a eternidade. Naquela última ceia macabra, tinham caído na armadilha de Mórbido Lupulo, atraídos pelo aroma e pela promessa de uma cerveja mítica, guardada em segredo na cave.
Na noite em que tudo aconteceu, foram atraídos pela fama de Lupulo, um mestre cervejeiro lendário e obscuro que, de acordo com os moradores da aldeia, fazia pactos com entidades antigas e sinistras, misturando ingredientes proibidos. Os rumores falavam de uma receita que conferia ao beber uma imortalidade terrível – mas, como eles viriam a descobrir, imortalidade nem sempre significa liberdade. Enquanto se aventuravam, o ambiente na cave era denso e sufocante, como se o ar estivesse impregnado de um segredo esquecido. As paredes estavam cobertas de fungos, e o odor de humidade misturava-se com um forte aroma de malte e lúpulo, que queimava a garganta como fumo. Quando abriram o barril, não sentiram apenas um aroma; sentiram um puxão, algo visceral e antigo, como se o próprio barril os chamasse.
A cave onde a dupla consumiu a cerveja nunca mais foi a mesma. Era agora um espaço sagrado e amaldiçoado, onde aqueles que tentavam entrar sentiam um calafrio imediato. Com o tempo, os visitantes raros diziam que ouviam sussurros, vozes abafadas e distorcidas de antigos frequentadores. Eram os ecos dos risos de Ricardo e Rafael, que se tornaram lamentos inconscientes e intermináveis. Cada Halloween, a cena repetia-se. Os dois eram atraídos pela mesma necessidade de reviver a noite em que tudo mudou. Naquela noite, ambos viravam o último copo, mas agora já não era para provar o sabor da morte. Era para satisfazer a necessidade de eternidade. Entretanto, Mórbido Lupulo, como um maestro sinistro, puxava as cordas desse ritual, invisível e implacável, para que nunca se esquecessem da sua sina.
A fama da taberna não diminuiu. Visitantes atraídos pela lenda vinham, animados com histórias de fantasmas e lendas de cerveja assombrada. Mas nenhum deles conseguia imaginar a verdade. As portas fechavam-se sempre pouco antes da meia-noite, deixando os visitantes expostos ao encanto e ao perigo. Era então que Ricardo e Rafael, invisíveis e cheios de fome, espreitavam pelos cantos, observando os vivos, com a esperança silenciosa de os conduzir a abrir o barril maldito.
Naquela noite de Halloween, a mesma cena repetiu-se. Um grupo de turistas, ignorante e curioso, aproximou-se da cave. Dois rapazes lideravam, convencidos de que iriam descobrir o segredo. Desceram as escadas de pedra, com as lanternas iluminando o caminho. Ricardo e Rafael, invisíveis, seguiam-nos de perto, preparando-se para o momento em que teriam a oportunidade de repetir a própria tragédia.
Os turistas desciam lentamente, empurrados por uma curiosidade mórbida, mas desconhecendo a presença dos espíritos inquietos de Ricardo e Rafael, que, invisíveis, os acompanhavam em silêncio. Os rapazes à frente riam nervosamente, antecipando uma aventura que julgavam inofensiva. Mas, ao avançarem, a temperatura diminuía, e um cheiro intenso de madeira velha e álcool pairava no ar, espesso e sufocante. Com cada passo, os visitantes sentiam um peso inexplicável, como se mãos invisíveis os segurassem.
Ao chegarem ao coração da cave, encontraram um barril antigo, grande e marcado por décadas de poeira e teias de aranha. Ricardo e Rafael, agora visíveis apenas para quem já estava enredado na atmosfera da cave, observaram. Rafael sussurrou: “Tal como nós, eles não têm ideia do que os espera.”
Ricardo, cujo olhar refletia uma mistura de melancolia e ressentimento, murmurou: “Eles ainda não conhecem a escuridão… mas vão conhecer.”
O Toque de Mórbido Lupulo
De repente, uma figura escura e imponente emergiu das sombras mais profundas: Mórbido Lupulo, o mestre cervejeiro, manifestou-se diante dos turistas, a sua presença pesada e enigmática. Ele usava um capuz que cobria o rosto, mas por baixo, uma luz verde e doentia iluminava seus olhos vazios. 💀👀.
“Querem provar a última cerveja?” a voz de Lupulo ecoou, com um tom de desafio, como uma melodia feita de lamentos. Os turistas, agora aterrorizados, hesitaram. Um deles tentou recuar, mas as portas da cave fecharam-se com um estalo seco, como um martelo selando um destino.
Lupulo encheu copos do barril maldito e ofereceu a bebida aos turistas. Ricardo e Rafael, observando de perto, viram o ciclo repetir-se, pois sabiam que cada novo gole daquele líquido amaldiçoado perpetuava a condenação. E assim, com cada trago, as sombras da taberna cresciam, absorvendo a essência dos vivos, transformando-os em mais almas presas ao destino sombrio da Cobeer Taste Halloween Tavern. 🎃👻🍻.